terça-feira, 26 de maio de 2009

Agora meu fado é vida

A minha vida era um fumo
De negra roupa trajado
E a dor me assentava bem;
Fado em pedaços partido
Que hoje já não faz sentido
Pois é fado de ninguém
Perdida de amores por ti
Só ao perder-te é que vi
A loucura em que vivia
Vai em paz, toma o teu rumo
Tu eras o negro fumo
Que me cegava e não via
Agora meu fado é vida
Onde a poesia é sentida
E me faz sentir alguém
Fado assim tem mais virtude
Tem outra plenitude
E cantá-lo me faz bem

Este poema foi-me oferecido pela autora:

Rosa Guerreiro Dias

Que eu canto na música do fado Franklin Sextilha.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

CARLOS DO CARMO

Abecedário Fadista

(A) de amor, (B) de belezae (C) curvo de criança,(D) de Deus ou de defesa que com (E) escreve esperançaO (F) vai para o fado,o (G) vai para guitarra,(H) p'ra homem honrado, que ao (I) d' ilusão se agarra,o (J) serve a janela,o (L) serve a Lisboa,(M) de mulher mais bela(N) a meio de canoa(O) de olhar que me fascina,(P) de porta sempre aberta(Q) de quadra, (R) de rima,com (S) a saudade acerta(T) de terra, (U) de universo que uma noutra desanda (V) de viola ou de verso,(X) de xaile e (Z) de zanga. As letras são vinte e três, palavras são vinte e tal, alfabeto português, dum fadista em Portugal